Entrevista | Deputado Pezenti avalia mandato, expõe desafios do homem do campo e taxa Governo Lula de equivocado

Em primeiro mandato, herdeiro dos votos de Rogério Peninha Mendonça, o jornalista que se intitula “colono” tem imprimido seu ritmo de trabalho no Congresso Nacional. Ulyssista, mas contrário ao Governo Lula em diversas matérias, Rafael Pezenti tem ganho protagonismo ao votar com responsabilidade naquilo que diz acreditar.

Em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Marcos Schettini, o parlamentar afirmou que é a favor dos ideais de liberdade, em apoio irrestrito ao agronegócio e ferrenho apoiador de Jair Bolsonaro, apontando que caso o ex-presidente seja preso “haverá um levante no Brasil”.

Ainda, falou dos desafios do homem do campo, avaliou a gestão de Lula da Silva como “cheia de equívocos” e o governo de Jorginho Mello apenas como “bom”. Confira:

Marcos Schettini: Qual sua avaliação do 1º ano do mandato a federal?

Rafael Pezenti: Gastei muito tempo corrigindo equívocos do Governo, especialmente no setor que mais defendo, que é o Agro. O Governo proibiu o plantio da safrinha de soja em SC, mas conseguimos reverter. O Governo inviabilizou a caça do javali, mas cedeu à pressão que fizemos e voltou atrás. O Governo permitiu que o País batesse recorde de importação de leite no ano passado, matando o produtor nacional. Conseguimos uma portaria para barrar o leite importado, apesar de os agricultores ainda sofrerem as consequências dessa concorrência predatória e desleal. Não é fácil defender o produtor rural num governo que considera o Agro fascista.

Schettini: Gostaria de ser secretário da Agricultura se o governador te chamar?

Pezenti: O Agro é mais do que minha principal bandeira. O Agro é minha vida. No entanto, não há, no meio político, alguém que conheça mais sobre agricultura do que Valdir Colatto. Não aceitaria um convite para sucedê-lo. A pasta está em boas mãos. Se o governador der condições de trabalho ao Colatto, ele será o melhor secretário de Agricultura que SC já teve.

Schettini: O Sr. tem uma linha anti Lula e vota mais contra o Governo. O que está errado na gestão Lula da Silva?

Pezenti: Descontrole do gasto público. Apoio a ditaduras e grupos terroristas. Incentivo a invasão de terras. Interferência política em empresas de capital aberto. Relação promíscua com a Suprema Corte. Aumento de impostos. Vingança contra setores que não o apoiaram na eleição. Poderia passar o dia apontando equívocos que, se não forem corrigidos, afundarão ainda mais o Brasil.

Schettini: Os militares impediram o chamado golpe de Estado. O Sr. é a favor da Democracia? Apoia ou repudia?

Pezenti: Sou a favor da democracia, obviamente.

Schettini: Que tipo de governo o Sr. vislumbra para o Brasil?

Pezenti: Defendo um Governo que valorize quem produz, que diminua o peso da máquina pública e tire amarras de quem quer gerar emprego. Quero um Governo mais desinchado, que valorize as liberdades individuais dos cidadãos e não interfira na forma como os pais devem educar seus filhos.

Schettini: Jair Bolsonaro foi muitas vezes a SC e não atendeu pedidos dos empresários e não deu recursos financeiro. Por que ainda tem apoio?

Pezenti: As pessoas esquecem que há quatro anos entrávamos numa pandemia que simplesmente paralisou o mundo. Em decorrência disso vivemos a pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial. Ainda assim sobrou dinheiro para os estados e municípios investirem em Saúde, que era a prioridade naquele momento. Foi no Governo Bolsonaro que a duplicação da BR-470 de fato começou a sair do papel. Impostos foram diminuídos, alavancando os setores produtivos. Corruptos foram punidos. O índice de criminalidade despencou. Agricultores ganharam dinheiro e investidores externos voltaram a aplicar aqui. Não é à toa que Bolsonaro ainda tem apoio expressivo da população.

Schettini: O Sr. entrou no lugar do ex-deputado Rogério Peninha Mendonça. E segue a linha dele. Por quê?

Pezenti: Peninha e eu sempre defendemos os mesmos princípios. Não tenho a competência dele, que disputou oito eleições e venceu todas elas, mas procuro seguir o caminho que com ele aprendi. Defendo os valores da família, do temor a Deus, das liberdades individuais e do amor à Pátria. Tenho, no entanto, características minhas, e com elas procuro pautar o mandato que - graças a ele e tantos outros amigos - consegui conquistar.

Schettini: Quais são os desafios do homem do campo? O governo federal não está investindo no meio rural?

Pezenti: Um Governo que chama de fascista o setor que mais gera empregos e divisas ao País, não merece meu respeito. Lula prova, dia após dia, que quer se vingar do produtor rural. Enquanto eu estiver no mandato, defenderei o homem do campo destas investidas injustas. O principal desafio do Agro é sobreviver aos quatro anos do PT.

Schettini: Se Jair Bolsonaro for preso, o STF está agindo em desrespeito à Constituição?

Pezenti: Não há Constituição capaz de barrar uma instituição que tem poderes ilimitados, como o STF. Se Bolsonaro for preso pelas fracas acusações que responde, veremos um levante no Brasil.

Schetini: Avalie o governo Jorginho Mello.

Pezenti: Bom.